quarta-feira, 17 de agosto de 2011

LULA LÁ


Publicado em 16-Ago-2011
Instituto Lula retoma experiência do IC
O Instituto Lula foi inaugurado, ontem, com a presença do ex-presidente Lula e da dona Marisa Letícia, que se  reuniram com os 38 sócios-fundadores da nova entidade. Na prática, ela substitui formalmente o Instituto Cidadania, criado em 1990. Herda, assim, uma experiência de mais de vinte anos de formulação de políticas públicas, que se soma ao aprendizado de oito anos do ex-presidente e de sua equipe na condução do Brasil. Para nos contar sobre o novo Instituto, entrevistamos o seu diretor presidente, o deputado federal José de Filippi Júnior (PT-SP).
Qual o objetivo do Instituto Lula? [ José de Filippi Júnior ] O Instituto Lula dará continuidade - agora, num outro patamar - a tudo aquilo que o Instituto Cidadania (IC) contribuiu na formação de políticas públicas. Na prática, o IC foi uma grande escola de governo para o presidente Lula. Uma preparação para que ele realizasse o governo fantástico que fez, aprovado por 80% do povo brasileiro.

No IC, a dinâmica consistia em se levantar um tema e debatê-lo a fundo com especialistas e atores sociais envolvidos - pesquisadores, intelectuais, acadêmicos, gestores municipais e lideranças de movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos. O objetivo era propor alternativas para o país. Assim surgiram, por exemplo, programas como Fome Zero, Moradia, Segurança Pública, Juventude, que se transformaram em políticas de governo adotadas pelo ex-presidente.

Contamos, portanto, com um rico passado de formulação de políticas públicas por meio do diálogo e da construção coletiva. O Instituto Lula marca uma nova fase dessa história, agora, com a presença, capacidade e vibração do ex-presidente Lula, o que traz outro dinamismo para o Instituto.
Quais os próximos passos?[ Fillipi Júnior ] Ontem, nós debatemos algumas ideias. Duas estão bastante concretas. Primeiro, a construção de um Memorial da Democracia. O objetivo é que seja um espaço interativo para que o público participe, inclusive, de uma forma lúdica - que alguém possa, por exemplo, tirar uma foto com um painel das Diretas Já ao fundo. Será um grande memorial sobre a democracia brasileira, enriquecido com vários objetos que o ex-presidente Lula ganhou durante sua gestão. As trajetórias do ex-presidente Lula e a do PT são inegáveis exemplos do avanço democrático e das lutas sociais e políticas no nosso país. O Memorial contará essa história e abrangerá, obviamente, o contraditório. Não podemos ser chapa-branca.

Outro ponto é o trabalho com países da América Latina e da África. O ex-presidente Lula está bastante envolvido com o projeto de apoio e cooperação com a África. O objetivo é promover uma ação mais política do que humanitária - embora esta seja importante. Pretendemos desenvolver pesquisas junto com os africanos. Uma política de cooperação com vista à promoção da autonomia e da capacidade política dos povos africanos para que eles construam suas próprias políticas e gerem empregos nos seus países.
A América Latina também está no horizonte desta cooperação internacional. Afinal, hoje, o presidente Lula está muito mais à vontade para conversar e dizer tudo o que quer às lideranças desses países do que quando estava no cargo de presidente.

Mas, e o Brasil?

[ Fillipi Júnior ] Nós temos nove ex-ministros no Conselho do Instituto Lula que participaram da implementação de projetos estratégicos para o país. Todos sabemos que no dia a dia do governo não sobra tempo. É preciso agir. Não há espaço para uma reflexão e análise das próprias ações do governo. Neste sentido, o Instituto Lula promoverá essa reflexão, dando continuidade às atividades do IC. Obviamente, não temos o menor propósito de nos meter na administração da presidenta Dilma. A ideia, pelo contrário, é pensarmos mais estrategicamente as ações do governo e questões apresentadas pela conjuntura do país.

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