Alguns anos atrás um Presidente da república desencadeou um processo de liquidação do patrimônio público mediante o que se convencionou chamar de privatização.
O argumento era o mesmo: o Estado não dispunha de recursos para investir em determinadas áreas, a estrutura administrativa do Estado consumia todos os recursos, etc.
Não conseguiu terminar o seu mandato sem precisar do aval do sucessor, para buscar recursos, justamente aquele que combatia a privatização.
O ostracismo político que se encontra esse ex-presidente é a comprovação do equivoco cometido.
Não bastasse isso, o seu sucessor se reelegeu, elegeu a Presidenta Dilma como sucessora e emplaca altos índices de popularidade.
Apesar de tudo isso, teimosamente o Governo do Estado de Mato Grosso, com apoio da Assembléia Legislativa e com o discurso
inflamado do Secretário de Estado da Saúde, parecem ter contagiado inclusive, o caótico sistema municipal de saúde de Cuiabá.
A população mato-grossense saberá lembrar de quem vendeu seu patrimônio.
O nome de cada um dos deputados, secretário de saúde e a chancela do governador estarão marcados como responsáveis pela comercialização da saúde pública, tendo na tumba política que estão entrando, ao lado de seu nome a epígrafe:
Aqui já um vendilhão.
Ninguém é bobo.
Todos sabem que o que as OS (Organizações Sociais) querem é o dinheiro público e o que o Estado quer é eximir-se da responsabilidade por incompetência.
A onda privatizante surgiu da incapacidade do atual e dos antigos secretários de saúde e com a conivência com a atual e antiga composição da Assembléia Legislativa, que tinham o dever de cuidar do interesse público e negligenciaram.
A população não é culpada pela incompetência dos gestores – apesar de muitos terem votado neles – por isso, é injusta a comercialização da saúde pública.
A Constituição brasileira não proíbe o sistema privada, nem a filantropia, ou atividades desenvolvidas através de organizações sociais desde que não seja a custa da saúde pública.
Qualquer organização social pode construir e gestar um hospital, sem que seja necessário liquidar aquele que foi construído com o dinheiro público.
Se as organizações sociais tem dinheiro para investir, que construam, que comprem unidades hospitalares, que doem equipamentos, e atendam outras necessidades e certamente toda a sociedade mato-grossense será agradecida.
No que diz respeito aos gestores públicos, estão assinando seu atestado de incompetência e de total desprezo ao interesse público.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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